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Coisas do mundo e conceitos da autora, que tem uma visão contemporânea do comportamento humano.

domingo, 11 de outubro de 2009

Homem Pavão


Deixe um homem confiante e perca-o

Nossa, isso parece absurdo. Mas escuta só essa minha “tese”. E veja se a realidade não mostra que isso, infelizmente, é verdade. Bem, tenho “assistido” a vários enredos românticos verdadeiramente reais (qualquer semelhança com a realidade NÃO é mera coincidência), que comprovam essa questão. Vamos lá. Vamos ao assunto.

Tipo assim, ó: você chama atenção para o modo dele se vestir, seu olhar, valoriza traços do corpo (boca (e que boca), nariz, pernas e outros órgãos interessantes. Acredito que cada um de nós é um templo do prazer físico ou visual, quando valorizados alguns traços especiais envoltos no conjunto. Mas isso é papo prá outro texto), diz prá pessoa emagrecer, valoriza atributos profissionais, vibra pelas vitórias e torce por uma boa pontuação do parceiro/namorado/ficante (ou qualquer nome que você dê) nos novos projetos que ele traça.

É bem comum conhecer cases de amigas que relacionam-se com meninos que ao começarem a relação, não estão “lá essas coisas”. Seja em termos emocionais, financeiros, sexuais, profissionais ou qualquer outro quesito. Estão “prá lá de Bagdá”, relegados ao esquecimento público feminino. Ou porque estão sem grana (sim, é verdade: ainda existem muitas “Marias gasosas” pelo mundo, sinto muito), sem emprego, sem auto-estima, passando por uma fase difícil. Estão tristinhos com a vida, em resumo. E ui, ui, ui: se trazem traumas de outras relações, credo: prepare-se para tornar-se uma analista-psicóloga quase que de tempo integral e sem cobrar consulta (mas “não dá nada”: você gosta disso, de ajudar, de levantar a moral do moço. E na real, passa a gostar do moço. E corre o risco de passar de gostar prá algo mais fortinho, tipo assim, amor? Então, tudo certo, sem problemas quanto a isso). Ou ainda ter descontado em você, traumas emocionais das relações anteriores. Não dá nada parte 2, vamos lá, o tempo vai ajudar e isso passará. Você sabe disso e fica firme.

Como você tem espírito de guerreira, de querida companheira, vai lá e diz coisas ao pé do ouvido dele (daquela orelhinha linda) que deixam ele com o super ego em chamas. Valoriza-o. Estimula-o. Apóia suas idéias e ideais. Diz que o ama (cedo demais? Sei não, amor tem prazo de validade? De inicio, inclusive? Acho que boa vontade e disposição são a resposta) e que ele é super ótimo em tudo (até mesmo na cama). Que a deixa feliz. Porque felicidade depende de nós mesmos mas também do que os outros querem proporcionar prá nós. Então, felicidade é um conjunto de sentimentos pessoais e coletivos, da rede próxima a você (não é rede de supermercados, galera. É rede de pessoas, pô).

Sabe, já ouvi coisas do tipo: “Ei, você não deve demonstrar tanto que o ama. Senão ele não vai valorizá-la. Seja mais dura, mais difícil.” Heloooo, tia alma! Não escute isso, por favor. Não perca a capacidade de se apaixonar e declarar abertamente o quanto gosta, ama e valoriza. Não perca isso. Afinal você está fazendo o que o mundo mais precisa: dizendo a verdade (segundo o meu critério... Me avisem psicólogos se estou errada). Poxa, porque ainda estamos na fase de jogar xadrez com as relações? Calcular os passos, blefar sentimentos?

Transformar meninos inseguros em pavões. Tem meninas que são expert nisso. E depois que eles se tornam pavões, você passa a ser pouco ou nada para eles. Putz, que chato. Que clichê emocional, mas de fato, é fato.

Na real, acho que tudo se trata das pessoas valorizarem aquilo ou aqueles que têm, enquanto tem (alguns vão dizer: será que tinham? É, isso é pauta prá outra discussão). E aqui, de novo, volto ao Pequeno Príncipe: o essencial é invisível aos olhos.

Estamos vivendo em tempos assim: onde o mais normal e “aceitável” é não falar o quanto se admira, valoriza e ama uma pessoa. Prá que ela retribua esses sentimentos e ações. Prá que ganhemos o jogo, conquistemos o alvo: o amor do menino. Que droga, vocês têm certeza que é assim mesmo? Poxa, sei que alguns vão dizer que é, mas acredito que a naturalidade nos sentimentos, a valorização e a observação dos fatos do que estão construindo ou tentando construir são mais valorosas que um jogo emocional. A predisposição, ou ainda melhor, a disposição para o sentimento empático de valorização. No mínimo, valorização. O amor pode vir com o tempo, YES. Mas respeito e zelo são necessários em qualquer tempo de uma relação. E ás vezes o ego fica tão superego que...sai fora: não se consegue ver o quanto se machuca exatamente aqueles que mais nos ajudaram a chegar lá, a voltar do lamaçal emocional que nos encontrávamos.

Não dizer a verdade? Pura babaquice. Porque segurança e auto-estima são boas e todo mundo gosta. Mas sem a dose perfeita, tornam-se a arma mais poderosa para o egoísmo extremo. A falta de empatia e sensibilidade. O errado é falar e agir ou o errado é não valorizar isso?

A complexidade humana é algo infinitamente superior a qualquer engenharia tecnológica de ultíssima geração. Se existir uma faculdade de “engenharia humana”, tô dentro. Desculpe-me o tiozinho Freud: mas tem coisas que nem ele mesmo explica.

Aloha Namastê. E uhu!

Um comentário:

ThiagoCMC disse...

Penso exatamente assim!! Mas muitas vezes, quando se diz a verdade, quando se abre o coração e se declara um amor... As pessoas se afastam!! Por quê?! Não gosto de xadrês em relacionamentos mas, infelizmente acho que é necessário... Já ouvi que mulheres gostam de uma "pisadinha" de vez em quando mas, eu só sei tratar bem!! Estou aqui me sentindo um pavão porque sei que de fato, são as mulheres que escolhem, o máximo que posso fazer é me comportar como um [pavão] e rezar para ter a atenção da mulher desejada... O mundo precisa de honestidade, de pessoas verdadeiras e honestas... Como você e eu! A grande questão é: Como conseguir o que você quer sendo direto, honesto e verdadeiro, diante da natureza humana? Que parece que gosta de sofrer!!

EBAAAA! Bom te ver!


Penso, logo, existo. E... se você está aqui, quer saber como eu penso. Se quer saber como eu penso, no mínimo, é curioso.


Curiosos ALOHA fazem bem para o mundo. Então, é nós no mundo, porque não viemos aqui a passeio!


Busco uma visão de longo alcance, sem aceitar verdades absolutas, preservando valores ALOHA, que são o ideal para um mundo mais honesto e verdadeiro.