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sábado, 28 de novembro de 2009

Um joelho em nossas vidas



O que é um joelho?
O joelho é uma articulação do corpo humano e de outros mamíferos. Formada pela extremidade distal do fêmur, pela extremidade proximal da tíbia e pela patela (rótula). O joelho ainda possui ligamentos que estabilizam a articulação, auxiliados pelos meniscos (interno ou medial e externo ou lateral), que estabilizam o joelho, e amortecem os impactos sobre as cartilagens. Os ligamentos são os estabilizadores primários para a translação anterior e posterior, angulação vara e valga, e para a rotação interna e externa da articulação do joelho. O ligamento cruzado anterior (LCA) é a restrição predominante ao deslocamento tibial anterior, pois aceita 75% da força em extensão completa e um adicional de 10% (até 90.º) de flexão do joelho. (da internet)

O que aconteceu: fatos


VINTE E OITO DE NOVEMBRO DE 2008. Festa de final de ano da empresa. Tema: FESTERE LEGAL, voltando a ser criança. Para entrar no clima, brinquedos de adultos. Duelo de Cotonetes, Touro Mecânico e... Cama Elástica.

Ai. Ai, ai. Isso dói mesmo. A dor física é grande, garanto. LIGAMENTOS EXTERMINADOS. Lance Armstrong falou: "O sofrimento é passageiro. Desistir é para sempre".

Mas o que motivou o “acidente”? Meu espírito adrenalizado, hiperativo, hiper de ação, hiper de atitude: saltar em uma cama elástica. Coisas da vida. E ás vezes, de não tão vida...

Lições

Ouvi muitas coisas bacanas e aprendi muito. Mas em uma das minhas andanças por consultórios de especialistas em traumatologia e joelho, um jogador de futebol, ao ouvir minha história, falou: “Ei, fica bem e tenha consciência que as coisas só acontecem prá quem vive de fato a vida, prá quem faz acontecer. Quem fica em casa olhando tv, tem menos chances de se acidentar. Mas também tem menos chance de sentir o real valor da adrenalina”. Concordo. Por isso, o nome de meu livro é ADRENALINA.

Dependência: até para fazer xixi
Ô gente, que coisa chata ter que fazer xixi e depender dos outros! E coco, então? Cara, isso é de última, ou de rachar a placenta, como diz meu querido amigo Diego. Tomar banho, escovar os dentes, tomar um copo de água ou trocar de canal (esse último, é mais fácil com controle remoto, ufa!).

Energia e hiperatividade: como agüentar?
Todos que me conhecem, sabem que eu tenho uma energia adrenalizante. Mas foi preciso agüentar quietinha...

Acreditar em Deus, em mim e no médico
Desânimo, pessimismo ou realismo? Na real, acredito na força da esperança, da fé. Mas com racionalidade. Gosto de gente que diz a verdade, que não ilude e vem com meias palavras. Mas com sensibilidade. E isso vale para os médicos, inclusive. Deuses da solução, da vida ou morte ou seres que estudam para prolongar e facilitar vidas? Acredito no segundo argumento.

Dor física e dor psicológica
A gente só se sensibiliza de fato, quando sente na carne. Seja a dor física, ou a psicológica. As pessoas até tem boas intenções, mas dizem tantas bobagens pra consolar a gente... Podia ter sido pior... O tempo cura todas feridas... Tem gente que sofre mais... Tenho um vizinho que conseguiu tudo pelo Sus (o Sus não tem atendimento imediato, como foi meu caso, e nem sempre tem todos os especialistas)... As pessoas perdem a oportunidade de ficar quietas, ás vezes. E mais: falam muito, e agem de fato, pouco. A dor física é chata, grande, mas a psicológica, o medo de não andar, ou de ficar na dependência, essa também conta. De mudar de vida, uma mudança complicada, principalmente para pessoas de ação, como é meu caso. Sei, o importante e tirar uma lição disso tudo. Então, espero sair diplomada com louvor! Com E de Excelente!

Sonhei que caminhei: acordando com agonia
Desde o dia 28 de Novembro de 2008, sonhava todos os dias que caminhava ou corria. Que agonia, cara! Isso é chato, mas esperava que fosse um bom sinal, da recuperação breve! Ninguém merece ficar assim! Ninguém merece, na real, nada de ruim. Mas como dizem (e eu sei), tudo tem uma razão, um motivo. Tudo está energeticamente ligado.

A primeira vez que dormi e dormir “de lado”
A dor física é mais difícil de ser superada que a emocional. Na emocional, você chora, fica um tempão sem dormir, mas cede a exaustão do sono. Na dor física, não tem como dormir. Cara, você pode tomar remédio, concentrar-se, mas enquanto a dor não passa, não consegue dormir. Simplesmente não consegue.

O mundo depende de serviços
Serviços são o diferencial de uma marca. Não importa que ela negocie produtos, são os serviços que fazem o diferencial de uma marca. E serviços, estão diretamente, amplamente e quase que unicamente, ligados a pessoas. Estabeleço aqui um parâmetro para serviços: pessoas e processos. O mundo é constituído de serviços. E por conseqüência, depende de atitudes. Feitas por pessoas.

Quarto 225 A
Esse quarto sabe da minha dor, pós cirurgia... se as paredes falassem...

A recuperação: caminho de crescimento
Muita fisioterapia, persistência e força. E um apoio incondicional dos fisioterapeutas. Desanimei até de escrever esse livro... porque representa uma mudança grande na vida. Mas não é uma mudança apenas; é A mudança. Não é como ficar desanimada um dia, olhando TV e de repente você pode levantar e dizer: “Chega de ficar desanimada, ânimo.” A incapacidade física de se locomover e depender dos outros, é incondicionalmente mais difícil do que qualquer coisa que eu passei. Na verdade, olharei com outros olhos qualquer pessoa com dificuldades de caminhar. Não com medo, mas sinceramente, com admiração. É muito difícil viver em um mundo feito para “caminhantes”. Tudo gira em torno de caminhar. Você pode ficar deprimido, sem trabalho, sem amor. Mas em um momento mágico, você levanta e segue adiante. Não conseguir caminhar, por mais força e ânimo que você tenha, depende de capacidade e limites físicos. E esses, definitivamente, são limitantes. Não basta querer. Claro, querer, força de vontade, é o princípio de tudo. Mas não basta, mesmo. Só quem já viveu algo similar, sabe do que estou falando.

Bem, em homenagem a esse primeiro aniversário pós acidente, esse é um trecho do meu livro. Que deverá estar efetivamente nas bancas um dia. Espero que em breve. Só depende do término dele, feito por Dóris. Agora, com menos dor. Bem menos. E mais força.

Agradeço a cada pessoa que esteve comigo, em especial minha família, meu médico, meus fisioterapeutas e alguns amigos mais próximos. Inclusive aquele que me levou prá passear, mesmo de muletas. Obrigada e um beijo na alma. EU NÃO DESISTI, caro Lance.

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Busco uma visão de longo alcance, sem aceitar verdades absolutas, preservando valores ALOHA, que são o ideal para um mundo mais honesto e verdadeiro.