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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O que vale é a foto ou o momento? Piloto automático?



“Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração” (Henri Cartier-Bresson)

Para quem não sabe, Bresson foi um fotógrafo francês do século XX (falecido em 2004), considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.

Obviamente, a gente sabe da importância desses registros fotográficos como parte da história. Como provas de momentos. De alegria. Desespero. Tragédias. Momentos únicos. Surreais.

Diz-se: “Uma foto, vale mais que mil palavras.” Ok, ok. Mas ela jamais supera o momento. Sim, fotos são mágicas, são arte, um registro para a posteridade. Mas como fotógrafa amadora que sou, sei também que a máquina nos separa (enquanto fotógrafo, no ato de fotografar) um bocadinho do momento fatídico, o momento exato. O que pode ser bom, ou nem tanto.

Tempos queridos. E tempos estranhos. Tempos em que muitas vezes, o que mais vale, é o registro. Em detrimento do vivenciar o momento. Ou mais importante ou tão importante como vivenciar, é registrar para mostrar no Instagran, Facebook ou seja lá mais onde, tudo aquilo que vivemos. Para mostrar.

Mas na verdade, aquele que registra, ou fotografa, nem sempre vivencia na real essência, o momento passado. Com o advento dos celulares com câmaras, muitos são os REGISTRADORES ANÔNIMOS pelo mundo. Aqueles que são os fotógrafos que provam o momento. De tudo se quer provas, o tempo todo. Existe um Big Brother na vida de todos nós. O olho que tudo vê.

Será que por isso, estamos enlouquecendo? Enlouquecendo de stress, de 349 coisas prá fazer ao mesmo tempo? Nossa sociedade, como está? Onde andará? Será que a morte de bebês em carros porque foram esquecidos (por exemplo), é um alerta para esses novos tempos? Quem condena quem? E ao mesmo tempo, como é possível esquecer isso?

Vi uma matéria chamada “Morte de bebê expõe falhas da vida moderna”, em Zero Hora, 19/01/2013 (http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/01/morte-de-bebe-em-santa-rosa-expoe-falhas-da-vida-moderna-4016178.html). É assustador. E pensar que, sei lá, poderia ser com qualquer um de nós. Ou não?

Estamos todos no piloto automático?

E como gosto de fotos (fique aqui registrado isso), veja esses pensamentos a respeito:

“As coisas das quais nos ocupamos, na fotografia, estão em constante desaparecimento e, uma vez consumado, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las reaparecer.” (Henry Cartier-Bresson)

“A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registro da realidade e um auto retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira.” (Gérard Castello Lopes)

“Não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos.” (Ansel Adams)



Registre. Mas acima de tudo, aprecie. Vivencie. Não somente para mostrar. Mas para curtir o momento. Independente de outros curtirem. No Face, até.

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